quinta-feira, 11 de setembro de 2008

DISTINTIVOS BATISTAS REGULARES
(o que cremos)


1º - A AUTORIDADE E INFALIBILIDADE DA PALAVRA DE DEUS


A Bíblia é a Palavra de Deus revelada em linguagem humana, escrita por homens santos de Deus e inspirada pelo Espírito Santo. Todo o seu conteúdo é a Verdade, sem mescla de erros (inerrante), constituindo-se autoridade única em matéria de fé e prática, padrão de aferição da doutrina e conduta humanas, cujo propósito é notificar ao homem pecador, a misericórdia de Deus para a sua salvação eterna.

Deuteronômio 29:29; Números 23:19; Mateus 5:18; João 10:35; 17:17; Romanos 1:16; 10:17; II Timóteo 3:15-17; Tito 1:2; Hebreus 4:12; 6:18; II Pedro 1:20,21.

2º - A SOBERANIA DE CRISTO, NOSSO CABEÇA

Jesus Cristo, segunda pessoa da Trindade Divina, o eterno Filho de Deus, criou todas as coisas com o Pai; por decreto de Deus encarnou-se, nascendo da virgem Maria, por obra e graça do Espírito Santo, passando a ter duas naturezas e uma única vontade, sendo em Pessoa, verdadeiro Deus e vero homem. Sua missão neste mundo, segundo a vontade do Pai, foi de consumar a redenção dos homens através do Seu santo sacrifício, após o que ressucitou e ascendeu aos céus sendo exaltado à dextra de Deus. Em Sua exaltação foi feito o Cabeça da Igreja, que é o Seu Corpo místico e espiritual, quem LHE deve a mais absoluta obediência. Para a Igreja não há cabeça humano estabelecido por Cristo. Em Seu lugar, Ele mesmo deixou o Espírito Santo como o Consolador e Guia. Em ocasião iminente, Ele voltará, primeiro para arrebatar sua Igreja e depois para julgar as nações e instaurar o Seu Reino Milenar.

Salmo 110:1; Isaías 7:14; Mateus 28:20; João 1:3; 1:14; 14:16,17; Atos 1:11; 4:12; Gálatas 4:4,5; Romanos 8:1-3; I Coríntios 15:24-28; Filipenses 2:1-11; I Timóteo 2:4,5; Hebreus 4:l4-16; I Pedro 2:21-25.

3º - A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUS

A salvação procede de Deus e jamais do concurso do homem. O homem natural está morto e não tem qualquer poder. Nada no homem é bom, ainda que reste nele algo da imagem de Deus pelo que ainda pode exercer uma escolha, quando reanimado espiritualmente. A Salvação é concedida gratuitamente e não depende de méritos humanos para obtê-la ou para mantê-la. É Deus quem toma a iniciativa de salvar o homem assim como de aperfeiçoá-lo até o fim não havendo necessidade de purgatório. A Salvação é um dom concedido por Deus através da fé em Cristo Jesus e não será obtida por qualquer outro meio.

Isaías 64:6; Jeremias 29:10,11; João 3:18,36; 5:24; 10:26-29; Romanos 1:16; 3:9-20; 4:1-8; 6:23; I Coríntios 15:3,4; Gálatas 1:4; Efésios 1:13; 2:1-9; 4:30; Tito 3:4,5; Hebreus 11:6; I Pedro 2:24; 3:18; I João 1:7; 5:9-13; Ap. 1:5.

4º - UMA IGREJA UNIVERSAL COMPOSTA DE REGENERADOS

A Igreja é uma assembléia de pessoas que pela fé em Cristo “nascem de novo”, mediante a operação regeneradora do Espírito Santo. Esta Igreja, universal em sua extensão, teve início no dia de Pentecostes em Jerusalém. Inclui os “mortos em Cristo” que já se acham no céu e continuará aqui na terra até o seu arrebatamento. Esta Igreja, invisível e espiritual em sua qualidade, somente se fará visível no futuro quando o Reino de Deus for consumado. Assim, apenas os salvos em Cristo fazem parte desta Igreja, e o seu glorioso arrebatamento encerrará definitivamente a questão de que somente os regenerados constituem a Igreja de Jesus Cristo. A Igreja é a legítima agência do Reino de Deus aqui na terra, nesta Dispensação, mantida aqui até que se complete o número dos salvos, pois este é seu ministério principal neste mundo e para com o mundo.

João 3:3; Atos 2; I Cor 12:13; Ef 5:27; I Tes 4:13-18; Tito 3:5; Hebreus 12:22,23.

5º UMA IGREJA LOCAL DE MEMBROS BATIZADOS

A Igreja Local é composta de pessoas voluntárias que professam ser regenerados e que se tornam seus membros através do batismo nas águas por imersão. Assim como a pessoa se torna membro da Igreja Universal pelo batismo do Espírito Santo, assim esta mesma pessoa torna-se membro da Igreja local através do batismo por imersão. A ordem na formação da Igreja em Jerusalém foi “creram, foram batizados e ...participaram...”. Estes se unem através da ação do Espírito Santo para adorar o Deus trino, observar as ordenanças (batismo e ceia), edificarem-se mutuamente pela Palavra de Deus e pro- moverem a evangelização dos povos em todo o mundo.

At 2:38, 41-42; I Cor 12:13; as saudações epistolares mencionando “a igreja de...”; ex.: Rom 1:7; 16:1,5, 23; I Cor 1:1; II Cor 1:1; Gál l:2 (“igrejas”-plural); Ef 1:1; Fil 1:1; I Tes 1:1; II Ts. 1:1, etc.

6º A ORDENANÇA DA CEIA DO SENHOR

A Ceia do Senhor é uma ordenança memorial instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo antes do Seu sofrimento, cuja finalidade é lembrá-lO regularmente em seu amor sacrifical por nós. Lucas ressalta o seu caráter memorial e Paulo confirma este sentido representativo e simbólico citando duas vezes a expressão de Lucas. Esta ordenança é praticada como ceia livre ou aberta, onde membros de igrejas co-irmãs em comunhão, podem participar, segundo o princípio de consciência contido no “sacerdócio dos santos” e no princípio de que a Ceia é do Senhor embora administrada pela Igreja. É sempre realizada em coletividade, nunca individualmente, salvo em casos extremos (doença, velhice, impedimentos de força maior, etc.). Na Ceia devem participar somente os salvos batizados que são membros da Igreja local.

Mateus 26:26-30; Marcos 14:22-26; Lucas 22:14-20; I Coríntios 11:23-34;

7º A AUTONOMIA DA IGREJA LOCAL

A Igreja local, segundo o NT, é autônoma em relação às suas questões administrativas e governo interno, contudo sob a dependência total de Cristo e de Suas Leis exaradas nas Sagradas Escrituras. Nenhuma outra instituição ou organização sobre a terra tem ingerência de qualquer natureza em sua administração. As decisões do Concílio de Jerusalém e seu respeito pela autonomia das Igrejas na Síria, bem como o envio dos missionários Paulo e Barnabé ao campo missionário e outros exemplos, apontam para esta autonomia. Contudo ‘autonomia’ não quer dizer ‘independência’. As Igrejas de Cristo devem umas às outras respeito e cooperação espirituais e nada devem fazer em prejuízo da coletividade, ao mesmo tempo em que todas devem trabalhar para agradar ao Seu Cabeça, Cristo. Todas se acham na dependência do Mesmo Cabeça, e isto as faz interdependentes.

Mat 18:15-17; At 6:1-6; 13:1-5; 15:1-7, 22-35; Rom 14; 15:1-3; I Cor 5:13; 6:1-5;

8º OS OFICIAIS DA IGREJA LOCAL

O NT reconhece apenas dois oficiais para a Igreja local: os pastores e os diáconos. Estes líderes não estão fundamentados numa suposta sucessão apostólica. As demais funções especiais do período da Igreja Primitiva foram desativadas naturalmente com o passar do tempo. Os pastores tem uma função tripla: como administradores(do gr. ‘episkopos’=bispos), como aconselhadores experientes(gr. ‘presbuteros’=presbíteros) e como edificadores (gr. ‘poimen’=pastor). A ausência de mandamentos bíblicos bem como a questão de autoridade, têm nos obrigado a reconhecer a responsabilidade masculina e não feminina nestas funções. A atual ênfase e prática no ministério feminino de liderança é baseada em inferências não conclusivas e escassas além de má interpretação, que não recomendam absolutamente tal prática e nem se pode dizer que está baseada na Bíblia.

Atos 6:1-7; 14:23; 20:28; I Coríntios 12:28-30; 14:34-35; Efésios 4:11-12; Filipenses 1:6; I Tm. 2:11-12; 3:1-13; 5:17; Tito 1:5-9; 2:7-10; I Pe. 5:2-4.

9º O SACERDÓCIO DOS SANTOS

O NT ensina que o crente tem livre acesso a Deus diretamente através de Jesus Cristo, nosso Mediador e Advogado. O sacerdotalismo humano é além de anacrônico, ofensivo à obra de Cristo pois com sua morte o véu do templo rasgou-se numa indicação clara de que o caminho para comunhão e dependência estava aberto entre o homem e Deus, sem intermediários mortais. Este distintivo fala da competência do indivíduo de por si só decidir sua fé ou crença. Os batistas crêem que cada pessoa tem a responsabilidade de se encontrar com Deus em sua própria experiência ou sofrer as conseqüências de um desencontro. A pregação do Evangelho informa e apela mas a decisão fica entre o indivíduo e Deus. Nenhuma autoridade civil ou ecleisiástica tem o direito de interpor-se entre o indivíduo e Deus. Está implícito também o direito de livre exame e interpretação das Escrituras. Nesta mesma idéia rejeitamos o sacramentalismo que provê o encontro divino-humano na base de processos mecânicos.

João 5:39; Atos 17:11; I Timóteo 2:5; Hebreus 6:19,20; 10:19,20; I Pedro 2:5-9; Apocalipse 1:5b-7;

10º - A SEPARAÇÃO DA IGREJA E DO ESTADO

Cremos que a Igreja de Jesus, por conta própria, huma- namente falando, deve arcar com todos os custos que lhe forem mister, para organizar-se, pregar o evangelho e expandir a obra de missões em todo o mundo. Todas as Igrejas e outras agremiações religiosas devem ser corpo- rações livres e auto-sustentadas. O mundo não tem obrigação de custear as despesas da Igreja e nem a Igreja deve desejá-lo. A plena liberdade religiosa requer separa- ção entre a Igreja e qualquer estado governamental. Es- tabelecer credo ou confissão de fé não é a razão de ser e nem a função legítima do Estado. Jesus ordenou à Sua Igreja, como sal e luz do mundo, a dissipar as trevas do pecado e trazer o pecador ao arrependimento, sem qualquer alusão a teocracias ou governos indepententes.

Gálatas 5:1; Mateus 4:8-11; 10: 14; 20:25-28; Lucas 13:32; 14:23; João 17:9; 18:36-38;

11º –OMISSÃO AO ATIVISMO POLÍTICO

Por razões semelhantes ao distintivo anterior, cremos que não devemos compactuar com o sistema político seja através de partidarismo(de situação ou oposição), seja através de instituições subsidiadas ou geridas pela política situacional. A desculpa é que a Igreja deve estar em todos os segmentos da sociedade e que muitos homens de Deus do VT foram estadistas para não dizer políticos ou envolvidos(Daniel, Moisés, os reis teocráticos, etc.). Além da Dispensação e do ambiente sócio-religioso-político não ser o mesmo, o NT apresenta a política como corruptora da sociedade e perseguidora da Igreja. E quanto à sua filosofia inerente, o nosso Senhor afirmou a Pilatos que “...o meu reino não é deste mundo...” indicando sua total indiferença e dissociação do elemento político. O ambiente, a metodologia, os fins, as ocorrências e sobretudo a imoralidade e amoralidade que imperam na política, desaconselham à verdadeira Igreja de Cristo, qualquer envolvimento.

Apo 2 e 3 – Cartas às 7 Igrejas – política ausente - Mat 4:8-11; Jo 18:36-38; I Jo 2:15-17; Apo 17 e 18

12º – O SEPARATISMO DENOMINACIONAL

Cremos que devemos nos separar das igrejas ou denominações que medram em outros princípios, ou estranhos ou contraditórios, àqueles que aceitamos segundo a autoridade da Palavra de Deus. Esta separação se refere ao relacionamento eclesiástico de igreja para igreja ou de denominação para denominação. Embora não de todo condenável, esta separação deve ser aplicada até mesmo em certos casos individuais e na verdade é nestes termos que a Bíblia nos exorta à separação – na área do relaciona- mento pessoal ou individual. Se as crenças e/ou práticas são heterogêneas já não existe base para lugar comum. Qualquer insistência nessa direção significa o sacrifício de princípios bíblicos e preciosos essenciais à nossa fé e conduta. Sacrificar um princípio ou vários pelo desejo de ‘unidade’ é como ‘vender a primogenitura por um prato de lentilhas’.

Ez 13: 17-23; Mat 18:17; Rom 16:17-18 ; I Cor 5:9-13; Ef 4:15; II Tes 3:6,14-15; I Tim 6:11; Heb 12:16,17.

13º O SEPARATISMO TEOLÓGICO

Devemos ser criteriosos no âmbito acadêmico e pastoral, ao utilizar fontes e autores pela teologia que eles representam. Não está vedado de modo algum o acesso e a consulta a posições divergentes. Tanto há necessidade de conhecermos bem a posição alheia(muitas vezes, inimiga) quanto pelo próprio direito inalienável do distintivo “o sacerdócio dos santos”. Contudo, é necessário fazer este uso com extrema responsabilidade salvaguardando a integridade teológica do Movimento e aproveitando-se do que é bom, dando-se o devido crédito e fazendo-se as devidas ressalvas. Não podemos confundir a teologia bíblica com teologias particulares, a menos que elas reflitam fielmente a própria Escritura como a conhecemos. Devemos ter na lembrança que os sistemas teológicos não consistem apenas de afirmações ou aplicações bíblicas mas desenvolvem especulações intelectuais, ou tendenciosas ou perigosas em suas escorregadias implicações.

Ef 4:14; Col 2:22; I Tes 5:21; 6:3-5; I Tim 1:3,10; 4:6; II Tim 4:3; Heb 13:9; II Jo 2-3, 8-10; III Jo 11.

14º PNEUMATOLOGIA - CONTRA A POSIÇÃO E PRÁTICAS CARISMÁTICAS

Consideramos o exercício da maioria dos dons espirituais como praticado pelos carismáticos em geral, como um abuso interpretativo e anacrônico do ensino bíblico. Cremos que tais dons, em sua maioria, foram legítima- mente usados na Igreja Primitiva por período indeterminado e que funcionavam como meios de revelação e de edificação da Igreja que não dispunha do cânon do NT. Os dons, como utilizados no NT, sob o controle total do Espírito Santo diferem em muito dos alegados dons em- pregados hoje pelos pentecostais e carismáticos, tanto em conteúdo quanto na forma. As asseverações apostólicas de que os dons cessariam quando “...viesse o que é perfeito...” e a prática moderna dos dons, nos induzem clara-mente à conclusão de que em algum tempo passado eles de fato cessaram. Uma vez que o cânon do NT fechou, caducou o seu propósito. Assim consideramos que um suposto exercício destes dons hoje, é ilegítimo, o que também é confirmado pelo uso discriminado e limitado dos dons registrados nas Escrituras.

I Coríntios caps. 12 e 14; 13:8-13; Efésios 4:11-12.

15º CONTRA A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Rejeitamos a Teologia da Prosperidade, pois ensina, supostamente baseada nas Escrituras, a prosperidade mundana e sem limites para todos os filhos de Deus sobre a terra e aqui na terra. Cremos que a verdadeira prosperidade dos salvos é de caráter espiritual e não terreno já que somos peregrinos neste mundo e aguardamos o traslado para o mundo vindouro que há de se manifestar na Revelação de Jesus Cristo. Cremos que a prosperidade visível constitui a herança dos salvos no Reino eterno, portanto invisível no presente momento. Jesus mostrou o grande perigo de se acumular riquezas nesta vida, “...onde a traça e a ferrugem a tudo consomem.” Jesus disse que é difícil um rico entrar no reino dos céus e que não poderíamos servir a Deus e às riquezas. Não somos contra a riqueza, mas não é isto que procuramos pois não têm caráter de necessidade. A provação, o sofrimento e a pobreza fazem parte dos métodos divinos para consolidar a nossa fé e estão sujeitos à vontade de Deus. Quanto à vida material, devemos confiar em Deus que prometeu acrescentar tudo que for necessário às nossas vidas e ministério.

Mateus 6:19-24; 25-34; Efésios 3:8; Fp 3:20-21; Cl. 2:2-3; I Timóteo 6:7-11; Hebreus 13:5-6; III João 2.

16º CONTRA A NOVA ERA

Rejeitamos a Nova Era como um todo, considerando-a uma “doutrina de demônios”, já que admite todo o seu sistema de crenças proveniente da orientação de mestres ocultos espirituais; rejeitamos a sua crença de que Deus é impessoal e evolucionário; de que o homem tem potencial ilimitado e é apto para tornar-se um deus por processo evolutivo; de que o universo é eterno; de que não importa revelação pois tudo pode ser comunicado misticamente às consciências dos seres humanos; de que Jesus foi um grande guia espiritual cuja missão foi nos convencer da nossa inata divindade; de que a salvação de Jesus é justa- mente a libertação desse medo de assumir a divindade; de que não há juízo final e de que os anjos são apenas guias que estão ansiosos por nos dirigir aqui neste mundo. A Nova Era nestas e em muitas outras afirmações nega a Palavra de Deus e semeia a confusão na mente humana quanto aos propósitos morais do Deus bíblico para a Sua criação. Deve-se considerá-la um fenômeno escatológico.

Ef 6:11-17; I Tim 4:1-5; II Tim 3:1-5, 12; 4:1-4; I Pedro 5:8,9; Judas 5-7,17-19; Apocalipse 12:12-18